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Sexta, 08 Abril 2022 05:52

FC!#175 - [meditação 5] A Prática

Cara(o) Amiga(o)

A essa altura, todos já conhecemos a disciplina:

Sente-se. Sente-se quieta(o) e com a coluna ereta. Feche suavemente seus olhos. Sente-se relaxada(o), mas alerta. Silenciosa e interiormente comece a repetir uma simples palavra. Nós recomendamos a palavra/oração, Maranatha. Ouça-a à medida que você a repete, suave e continuamente. Nada pense ou imagine, mesmo de natureza espiritual. Caso ocorram pensamentos ou imagens, serão apenas distrações no período da meditação, e a cada vez simplesmente volte a repetir sua palavra. Medite de vinte a trinta minutos, toda manhã e toda noite.

‘Sentar-se quieto e com a coluna ereta’, não é tão simples quanto parece. Nosso corpo adquiriu maus hábitos em relação às posturas. No entanto, é importante manter uma posição ereta, com as costas tão retas quanto nosso corpo permita, confortavelmente. Assegure-se que seus ombros estejam soltos e relaxados. Juntamente com as costas retas, isso garante que seu peito esteja bem aberto, permitindo que uma quantidade suficiente de oxigênio circule pelo seu corpo, o que nos ajuda a nos manter alertas. Na verdade, não importa se nos sentamos em uma cadeira ou em posição de lótus completo, desde que isso nos permita manter a posição confortável e estável durante todo o tempo da meditação. Os pés ou joelhos devem estar firmes no chão, de modo que nossa posição seja de enraizamento: “A postura é um sinal exterior de nosso comprometimento interno com a disciplina da meditação... Ao lançarmos raízes em nós mesmos, nos tornamos enraizados em nosso próprio lugar da criação.” (John Main)

John Main também recomendava sentar-se “com as palmas das mãos para cima ou voltadas para baixo com o polegar e o indicador unidos.” Na tradição oriental, considera-se que unir o polegar e o indicador é importante para a circulação da energia através do corpo. Mas é, também, um excelente meio para nos mantermos alertas: quando nossa atenção diminui, notamos que nossos dedos também já não se tocam mais.

Sentar-se quieto e permanecer imóvel é, na verdade, o primeiro obstáculo na disciplina da meditação. Estamos tão acostumados a nos manter constantemente em movimento, fazendo coisas e reagindo a estímulos externos, que sentar-se quieto e nada fazer poderá parecer uma tarefa assustadora e incomum.

A inquietude está em nossa genética: nossos ancestrais foram todos eles membros de tribos nômades. Um bebê é um belo exemplo disto: toda mãe, pai ou responsável sabe que um bebê agitado se aquietará com o movimento, seja o do balanço do berço, o de ser carregado no colo andando, ou mesmo o de ser levado a passear no carrinho. Ao tentarmos sentar quietos e permanecer imóveis, estamos indo contra essa natureza. Permitir que o nosso corpo se aquiete, dando-lhe permissão de nada fazer, é o primeiro passo para nos contrapormos a essa tendência à inquietude.

Só a perseverança nessa atitude reduz a necessidade que sentimos de nos mover e agir, e nos permite tomar consciência das vantagens da quietude e do silêncio. Os Padres e Madres do Deserto, em cujos ensinamentos a meditação cristã se baseia, ressaltavam a importância de permanecer em um lugar:

“Um irmão da colônia monástica de Cétia no Egito, foi pedir uma palavra ao Abba Moisés, e o velho homem disse-lhe, ‘Vá e sente-se em sua cela, e sua cela lhe ensinará tudo’.”

Quando a inquietude deixar nosso corpo, ela se transferirá para nossa mente, como veremos na próxima semana.

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Fonte: https://www.wccm.com.br/cartas/76-ano-1/867-carta-8

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Cara(o) Amiga(o)

A meditação é uma disciplina espiritual, universal e central na maioria das Religiões e Tradições de Sabedoria do mundo. Há muitas formas diferentes de meditação nessas diversas tradições, todas igualmente válidas à sua própria maneira. Em todas, a ênfase está mais na prática e na experiência da meditação do que no seu conhecimento e teoria.

No cristianismo, ela é também uma disciplina autêntica, embora algumas vezes pareça que esse é o segredo mais bem guardado do mundo. Como Laurence Freeman sempre enfatiza, Jesus ensinava a contemplação e este é o motivo pelo qual ela floresceu no século IV, particularmente entre os Padres e Madres do Deserto no Egito e na Palestina, que baseavam suas vidas no exemplo de Jesus. João Cassiano compilou seus ensinamentos em seu livro “Conferências”. Foi nesses escritos que John Main OSB, um monge beneditino, redescobriu essa tradição para o nosso tempo, e a abriu para todas as pessoas, chamando-a de Meditação Cristã. Não é apenas o modo de orar dos Padres e Madres do Deserto, mas também o de outros incontáveis místicos cristãos através dos tempos, até nossos dias. É, também, uma maneira de orar estabelecida muito antes da Reforma, e antes mesmo da separação entre o Catolicismo Romano e o Cristianismo Ortodoxo Oriental. É, portanto, uma bonita e ecumênica forma de orar em conjunto.

Não devemos esquecer que todas as formas de oração são válidas. Nas palavras de Laurence Freeman: “A meditação é a dimensão que falta em grande parte da vida cristã de hoje. Ela não exclui os outros tipos de oração e, na verdade, aprofunda nossa reverência aos sacramentos e escrituras.” Ele explica a conexão entre todas as diferentes formas de oração pela imagem de uma
antiga roda de madeira:

“A finalidade de uma roda é mover um carro. A oração é a roda que move nossa vida espiritual em direção a Deus. Para girar, a roda deve estar em contato com o chão. Se a roda não toca o chão, ela não movimenta o carro, vai apenas girar em falso. Assim deve existir um tempo e lugar reais em nossa vida diária para dedicarmos à oração.

Os raios da roda são como as diferentes formas de orar. Todas elas são válidas e efetivas. Temos a Eucaristia, a oração de intercessão, os sacramentos, a leitura das Escrituras e as devoções pessoais. O que mantém os raios unidos e movimenta a roda é seu cubo. Os raios convergem ali. Podemos imaginar esse cubo como sendo a Oração de Cristo que habita nossos corações. No cubo da roda há quietude. Sem este ponto central imóvel, a roda não consegue girar. 

Meditar é voltar à quietude do centro de nosso ser. Quando meditamos, entramos nessa quietude central que é a fonte de todas as nossas ações, nosso movimento em direção a Deus através do Cristo em nosso interior. O movimento da roda requer a quietude do centro. Esta é a relação entre a ação e a contemplação”.

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Fonte: https://www.wccm.com.br/cartas/76-ano-1/865-carta-7

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Cara(o) Amiga(o)

O ímpeto para começar a meditar, frequentemente, é o momento em que somos confrontados com algo fora do comum, algo que nos sacode de nossa percepção cotidiana da realidade. Pode ser um momento de crise, ou um evento de grandes proporções em qualquer estágio de nossa vida, quando a realidade, aparentemente segura e imutável em que vivemos, é virada de cabeça para baixo: somos rejeitados por um indivíduo ou por um grupo; encontramos o fracasso, perda de autoestima; perdemos um emprego valorizado, ou nossa saúde de repente nos falta. O resultado pode ser uma recusa em aceitar a mudança, uma descida na negatividade, na desconfiança e no desespero. Ou, por outro lado, se confrontados com o fato de que nossa realidade não é tão imutável quanto a considerávamos, podemos encarar o desafio de mudar a nossa maneira de olhar para nós mesmos, nossa estrutura habitual, nossas opiniões e valores.

Às vezes, pode ser um momento de beleza única que nos faz compreender que existe mais do que aquilo que os olhos enxergam. Bede Griffiths, o sábio mestre beneditino, falava de como a sua consciência da verdadeira Realidade não surgiu de uma crise, mas da contemplação da Natureza. Em “The Golden String” ele relata como foi levado pela beleza de um canto de pássaro, e de um espinheiro-alvar em flor, a um profundo sentimento de assombro diante da visão do pôr do sol, enquanto uma cotovia “derramava sua canção”. Ele sentiu que “tomava consciência de um outro mundo de beleza e mistério” e, especialmente à noite, sentiu em muitas outras ocasiões, também a “presença de um insondável mistério”.

Nem sempre esse momento é tão dramático; a percepção varia enormemente de pessoa para pessoa, de momento para momento. Alguns de nós podem ter tido um momento de “transcendência”, a consciência de uma realidade diferente, uma libertação da prisão do “ego”, enquanto escutava música, poesia ou estava absorto numa obra de arte. Outros podem nunca ter estado conscientes de um real momento de epifania e, contudo, em algum nível, podem ter estado sempre cônscios da existência de uma realidade superior e estarem, sem sabê-lo, tornando-se gradualmente mais sintonizados com essa realidade. Bem no início da meditação, nós frequentemente tocamos a experiência de uma paz verdadeira e mesmo de uma alegria que fervilha. Momentos como esses, em que somos libertados da nossa auto preocupação, são dádivas Divinas.

Em todo caso, esse vislumbre não é o fim, mas o início: um ímpeto para crescer. O anseio para saber mais sobre essa realidade intuída torna-se mais forte, e nós procuramos pessoas que possam nos ajudar a abordá-la. Nesse ponto, frequentemente descobrimos a meditação, de uma forma ou de outra. É o início do trabalho de esclarecer e integrar a experiência, e assim permitir a escalada para uma consciência espiritual, autenticidade pessoal e uma Verdade transpessoal.

O fato de uma epifania, um vislumbre de uma outra realidade, ser sempre o início de nossa jornada em direção a uma oração mais profunda, também significa que não podemos trazer alguém para a meditação, que não tenha sentido essa necessidade desejosa de “algo mais” no seu próprio ser. Quando nos sentimos chamados a formar um grupo, tudo o que podemos fazer é anunciar isso na nossa vizinhança ou na nossa igreja, e convidar as pessoas, mas se elas irão adotar a meditação como uma disciplina de oração não está em nossas mãos, mas no dom do Divino. Não podemos “converter” os outros para a meditação; podemos acolhê-los e encorajá-los a experimentar, mas é da livre escolha deles aceitar ou não essa oferta.

Obs.: O livro de Laurence Freeman “Uma Pérola de Grande Valor” é muito útil ao se considerar criar um grupo (https://caeluminterram.wordpress.com/2012/12/15/uma-perola-de-grande-valor/).

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Sexta, 18 Março 2022 22:24

FC!#160 - [meditação 2] O que é Oração?

Cara(o) Amiga(o)

Uma definição muito antiga de oração descreveu-a como “a elevação do coração e da mente para Deus”. O que é a “mente”? O que é o “coração”? A mente é aquilo que pensa – ela questiona, preocupa-se, fantasia. O coração é aquilo que conhece – ele ama. A mente é o órgão do conhecimento; o coração, o órgão do amor. A consciência mental precisa afinal ceder e abrir-se para o modo mais pleno de conhecer, que é a consciência do coração. Amor é conhecimento completo.

A maior parte do nosso treinamento em oração, contudo, limita-se à mente. Fomos ensinados desde crianças a recitar nossas orações, a pedir a Deus pelas necessidades dos outros ou nossas. Entretanto, isso é apenas metade do mistério da oração.

A outra metade é a oração do coração, em que nós não estamos pensando em Deus, ou falando com ele, ou pedindo algo. Simplesmente, estamos com Deus, que está em nós, no Espírito Santo que Jesus nos deu. O Espírito Santo é o amor, a relação de amor que flui entre o Pai e o Filho. Foi esse Espírito que Jesus insuflou em cada coração humano. A meditação, então, é a oração do coração, unindo-nos com a consciência humana de Jesus no Espírito. “Porque não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis”. (Rm 8, 26).

O Espírito Santo na Igreja moderna, especialmente desde o Concílio Vaticano II no início dos anos 1960, vem-nos ensinando a recuperar essa outra dimensão de nossa oração. Os documentos do Concílio relativos à Igreja e à liturgia enfatizaram a necessidade de desenvolver “uma orientação contemplativa” na vida espiritual dos cristãos hoje. Todos são chamados à plenitude da experiência de Cristo, independente do seu percurso de vida.

Isso significa que devemos ir além do nível da oração mental: conversar com Deus, pensar em Deus, pedir a Deus por nossas necessidades. Devemos ir até as profundezas, até onde o próprio espírito de Jesus está orando em nossos corações, no profundo silêncio de sua união com nosso Pai no Espírito Santo.

A oração contemplativa não é privilégio de monges e freiras ou de tipos místicos especiais. Ela é uma dimensão de oração para a qual nós todos somos chamados. Não se trata de experiências extraordinárias, nem de estados alterados de consciência. Trata-se daquilo que São Tomás de Aquino chamava de “simples desfrutar da verdade”. William Blake falava da necessidade de “limpar as portas da percepção”, de modo que possamos ver tudo como verdadeiramente é: infinito.

Isso tudo se refere à consciência contemplativa, tal como vivida na vida normal. A meditação leva-nos a isso, e é parte de todo o mistério da oração na vida de qualquer pessoa que esteja buscando a plenitude do ser.

Extraído de Prática Diária da Meditação Cristã, de Laurence Freeman.

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Fonte: https://www.wccm.com.br/cartas/76-ano-1/847-carta-2

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Como você se prepara para meditar?

Cara(o) Amiga(o)

John Main redescobriu a meditação, a repetição fiel de uma frase-oração para conduzir-nos ao silêncio da oração “pura”. Para sua imensa alegria, ele a encontrou nos escritos de um monge cristão do século IV AD: João Cassiano, que se sentou aos pés de muitos cristãos eremitas que viviam no deserto do Egito daquele tempo, para aprender sobre a oração, e sobre como levar uma autêntica vida cristã. Cassiano ressaltava que esta prática conduz ao silêncio da oração “pura”, a oração contemplativa, sem palavras ou imagens.

“A mente, assim, expulsa e reprime o rico e amplo assunto de todos os pensamentos e, se restringe à pobreza da repetição de um simples verso”. Enfatizando a importância do mantra, ele continuava e, dizia: “Este mantra deve estar sempre em seu coração. Quando se preparar para dormir, faça-o repetindo este verso até que, tendo sido moldado por ele, você se habitua a repeti-lo até mesmo durante seu sono.”

A repetição fiel da frase-oração (ou da palavra-oração), apenas a repetição dessa nossa palavra, não é, contudo, tão fácil como parece. Necessitamos nos preparar para esse período; não podemos esperar tornar-nos plenamente focados em nossa oração, sem uma preparação. Quando perguntaram a John Main, como deveríamos nos preparar para a meditação, ele certa vez respondeu “realizando gestos de gentileza.” Precisamos estar em uma atitude mental correta; tentar meditar depois de uma calorosa discussão com alguém realmente não iria funcionar, não é mesmo? Nossa vida diária e nossa vida de oração não estão separadas: “Da mesma maneira como você vive, assim você ora”, esse era um ditado comum entre os cristãos primitivos.

No mundo em que vivemos, nossa vida tende a ser atarefada e desgastante. Se acharmos que estamos realmente cansados, poderá mesmo ser aconselhável tirarmos uma soneca antes de irmos para nosso grupo de meditação. Fazer algumas posturas de alongamento de Yoga, ou um ou dois movimentos de Tai Chi, também ajuda a fazer com que a energia flua. De outro modo, tudo o que poderemos fazer será uma “soneca sagrada”, que também não é errado, mas frequentemente se faz acompanhar por um doce ressonar! O ronco e outros ruídos que ocorrem durante a meditação, no entanto, podem representar uma excelente prática para nos desligarmos de assuntos alheios ao momento presente, e nos remetermos suavemente de volta a nossa palavra. Ruídos em geral, na verdade, não nos perturbam, desde que não nos irritemos com eles. Devemos simplesmente aceitar que é assim que as coisas são. Sem julgar, sem criticar.

A razão pela qual nos sentamos com nossas costas eretas, ombros para trás e relaxados, é que essa posição ajuda a nos mantermos despertos: o peito está livre e aberto, de modo a podermos respirar bem, e o oxigênio possa fluir livremente por todo nosso corpo, mantendo-nos alertas. Relaxar e dormir, por mais necessários que sejam, não são obviamente o objetivo da meditação; a atenção plena necessária para a meditação é de fato um caminho para nos mantermos alertas e energizados. Pode ajudar começarmos nosso período de meditação fazendo respirações abdominais profundas, que tanto servem para nos relaxar, quanto nos energizar.

A tarefa essencial na meditação é “repetir a sua palavra”. Este é o nosso foco. A palavra recomendada por John Main é “maranatha”, a mais antiga oração cristã em aramaico, a língua falada por Jesus. Repetimos essa palavra em quatro sílabas igualmente acentuadas – ma-ra-na-tha. Não importa se você a diz com o som ‘th’ da língua inglesa, ou simplesmente se o reverbera como ‘t’. A pronúncia não é importante. Você só precisa se lembrar de que orando a Jesus, pronunciamos Seu nome em todas as línguas do mundo, e isso não muda a eficácia da oração. Além do mais, em aramaico, seus amigos e sua família O chamavam Yeshua. O importante é você repeti-la com plena atenção, amorosa e fielmente. Sempre que seus pensamentos lhe distraírem, gentilmente traga sua mente de volta para sua palavra. Algumas pessoas acham mais fácil repetir a palavra em conexão com o movimento respiratório, mas se isso lhe causa distrações simplesmente preste atenção nela, no ritmo que melhor se adequa a você.

Como meditar:

Sente-se.
Confortável e com a coluna ereta.
Feche suavemente seus olhos.
Mantenha-se relaxada(o), mas alerta.
Silenciosa e interiormente comece a repetir uma simples palavra.
Recomendamos a palavra/oração, Maranatha.
Ouça-a à medida que a pronuncia, suave, mas continuamente.
Pensamentos e imagens provavelmente afluirão, mas deixe-os passar.
Mantenha-se fiel à repetição da sua palavra do início ao fim da sua meditação.
Medite de vinte a trinta minutos, toda manhã e toda noite.

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